Maria Palmira Tito de Morais

(1912-2003)
Mário Alberto Nobre Soares, Maria Palmira de<br />
Macedo Tito de Moraes, Francisco Ramos da<br />
Costa e Manuel Alfredo Tito de Morais, em 1964.

Mário Alberto Nobre Soares, Maria Palmira de Macedo Tito de Moraes, Francisco Ramos da Costa e Manuel Alfredo Tito de Morais, em 1964.

Luta e Perseverança

Maria Palmira Tito de Morais pertenceu ao MUD (Movimento de Unidade Democrática), o que lhe valeu ter sido expulsa do ensino pelo governo fascista.

Democrata, republicana, socialista e defensora dos valores de Abril, foi uma combatente pela democracia e pelos direitos humanos, que dedicou toda a sua vida à dignificação da carreira de enfermagem.

Irmã de Manuel Alfredo Tito de Morais, Maria Palmira aderiu à Comissão Feminina do MUD, em 1945.

Participou ativamente na campanha para a eleição presidencial do general Norton de Matos e em atividades de protesto contra a prisão de democratas.

Esta sua actividade cívica e política valeu-lhe ser demitida, em 1949, do Centro de Saúde de Lisboa, onde trabalhava, e um ano mais tarde impedida de exercer quaisquer funções na Escola Técnica de Enfermagem, onde lecionava, no Instituto Português de Oncologia e em todos os organismos do Estado.

Carreira Internacional e Reconhecimento

Licenciada em Enfermagem pela Universidade Case Western Reserve, EUA, especializada em enfermagem de Saúde Pública, pela Universidade de Toronto, Canadá, e com mestrado em Pedagogia Social pela Universidade Columbia, Nova Iorque, Maria Palmira Tito de Morais

foi então convidada para o quadro permanente dos Consultores da Organização Mundial de Saúde (OMS), em Genebra (Suíça), para onde se desloca em 1951.

Correu mundo ao serviço da OMS, com missões em países do Médio Oriente, Extremo Oriente, América Central, América do Sul, Norte de África e Europa (Ocidental e Oriental).

Após a aposentação da OMS, em 1972, é consultora do Conselho Mundial de Enfermeiras, da Federação Internacional de Associações e de Sindicatos de Enfermagem, com sede em Genebra (Suíça), até 1977, ano em que regressa a Portugal.

No Portugal de Abril é finalmente reintegrada no seu antigo cargo de professora da Escola Técnica de Enfermagem, em Lisboa, onde leciona até 1982.

Maria Palmira Tito de Morais foi uma mulher de ampla cultura, uma lutadora persistente, feminista, e a par da sua atividade profissional desenvolveu atividade política como membro do Partido Socialista.

Foi condecorada pelo Presidente da República com grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, em 1980, e com o grau de Comendador da Ordem da Liberdade, em 1987, é-lhe atribuído, em 1991, o prémio da Associação dos Antigos Alunos do Colégio de Professores da Universidade de Columbia de Nova Iorque, pela acção no campo da Educação em Enfermagem a nível internacional e tem várias obras publicadas.

Tito Augusto de Morais Manuel, Alfredo Tito de<br />
Morais, Carolina de Moraes e Maria Palmira de<br />
Macedo Tito de Morais (ao colo)

Tito Augusto de Morais Manuel, Alfredo Tito de Morais, Carolina de Moraes e Maria Palmira de Macedo Tito de Morais (ao colo)